terça-feira, 31 de maio de 2011

Armazenamento de Hidrogênio

Conteúdo de Célula a Combustível

 Se o primeiro desafio da tecnologia do hidrogênio é a sua produção, o segundo é como armazená-lo; um dos principais obstáculos para o estabelecimento da infra-estrutura para a tecnologia do hidrogênio. Além da questão de segurança, a capacidade de armazenamento é importante, pois define a autonomia dos veículos. O mesmo se aplica para as aplicações portáteis, estacionárias e espaciais.

O hidrogênio tem a menor densidade no estado gasoso e o segundo ponto de ebulição de todas as substâncias conhecidas, fazendo com que se tenha dificuldades para armazená-lo no estado gasoso ou líquido. Quando em forma de gás, necessita de um sistema de armazenamento de grande volume e pressão, e quando no estado líquido, precisa que o seu armazenamento utilize sistemas criogênicos, ou seja, em baixíssima temperatura (-253°C).

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A baixa densidade do hidrogênio seja no estado líquido ou gasoso, também resulta numa baixa densidade de energia. Por isso, um certo volume de hidrogênio contém menos energia que o mesmo volume de qualquer combustível em condições normais de temperatura e pressão. Isto faz com que o volume ou a pressão do tanque aumente, pois uma certa quantidade de hidrogênio é necessária para que um veículo atinja uma boa autonomia. A vantagem de se utilizar numa célula a combustível é a alta eficiência desta tecnologia com relação aos motores à combustão interna, precisando de menos combustível para atingir o mesmo resultado.  Classe A com corte mostrando o tanque e a célula.

Apesar de sua baixa densidade de energia volumétrica, o hidrogênio tem a maior relação energia-peso que qualquer outro combustível. Infelizmente, esta vantagem é usualmente ofuscada pelo alto peso do tanque de armazenamento e equipamentos associados, fazendo com que muitas vezes seja maior e mais pesado que aqueles utilizados para armazenar gasolina, diesel ou álcool. Mas já há projetos que utilizam materiais de carbono ultra-resistentes e mais leves para estes propósitos.

Para aplicações práticas, o hidrogênio pode ser armazenado em alta pressão, no estado líquido em contêineres criogênicos, ou quimicamente ligados a certos metais (hidretos metálicos). O volume e o peso dos sistemas estão cada vez mais próximos quando comparados ao armazenamento de gasolina, metanol, etanol, gás natural e baterias convencionais, cada um contendo a mesma quantidade de energia.
Existem atualmente cinco meios principais de se armazenar o hidrogênio. Uma das mais pesquisadas no Brasil é através de hidretos metálicos, onde o hidrogênio é absorvido por metais. Esta tecnologia vem sendo pesquisada pelo Laboratório de Hidrogênio do COPPE/UFRJ. O instituto de pesquisa do hidrogênio é uma referência da tecnologia do hidrogênio no Brasil e no mundo, e vem pesquisando o armazenamento do combustível em hidretos metálicos com apoio da Renault, CNPq e FAPERJ.

Além do armazenamento em materiais sólidos, há pesquisas para compressão de hidrogênio em cilindros que suportem altíssimas pressões. O objetivo das montadoras de automóveis é atingir pressões internas de até 10.000 psi, pelo menos. Algumas já conseguiram, mas o nível de segurança deve ser altamente confiável. Por isso, a maioria dos protótipos são de 5.000 psi.

As cinco principais formas de se armazenar hidrogênio são:
  • Reservatórios de Gás Hidrogênio Comprimido;
  • Reservatórios para Hidrogênio Líquido;
  • Hidretos Metálicos;
  • Adsorção de Carbono;
  • Micro-esferas.
Vejamos abaixo as principais características das opções de armazenamento de hidrogênio.


Reservatório de Gás Hidrogênio Comprimido:
Sistemas de armazenamento de gás em alta pressão são os mais comuns e desenvolvidos para armazenamento de hidrogênio. A maioria dos veículos movidos por células a combustível utilizam esta forma de armazenamento feito em cilindros, de forma similar aos utilizados com gás natural comprimido.

Nas seções cilíndricas, o formato parece com domos hemisféricos, embora novos formatos estejam em desenvolvimento, com múltiplos cilindros e outros formatos buscando aproveitar espaços disponíveis nos automóveis, aumentando a quantidade de hidrogênio armazenado, seja por aumento de volume, ou por maior compressão.

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Buscando minimizar o volume e ao mesmo tempo maximizar a quantidade de hidrogênio armazenado, os fabricantes de cilindros estão tentando atingir as maiores pressões possíveis. Cilindros de alta pressão normalmente armazenam hidrogênio com pressão de 3.600 psi (250 bar) embora novos desenhos já tenham conseguido certificação para operar com 5000 psi (350 bar). O estado da arte da tecnologia atualmente em desenvolvimento já superou o teste padrão de explosão para 23.500 psi (1620 bar) utilizando um cilindro de 10.000 psi (700 bar).

Os cilindros devem ser feitos com placas finas, utilizando materiais altamente resistentes e de excelente durabilidade. Estão classificados basicamente em 4 tipos de acordo com o material utilizado.
  • Tipo 1: Podem ser feitos totalmente de alumínio ou aço;
  • Tipo 2: Camada fina de alumínio ou aço envolto por outro composto – geralmente fibras de carbono - em forma de circunferência;
  • Tipo 3: Fina camada de aço ou alumínio envolto totalmente por outros compostos como fibras de carbono;
  • Tipo 4: Uma camada de plástico resistente envolto por outro composto também resistente.
Em geral, quanto menos metal for usado, mais leve será o cilindro. Por esta razão, os cilindros com fina camada de aço ou alumínio e com alta resistência, tal como o Tipo 3, são mais usados para aplicações com hidrogênio. Os cilindros do Tipo 4 ganharão mais espaço no futuro.

Os cilindros do Tipo 3 utilizam finas camadas de aço ou alumínio intercaladas e envoltas por fibras de carbono, utilizando resinas como o epóxy para colá-las.

A combinação de fibras e resina para envolver as camadas metálicas possibilita uma alta resistência, e diferentemente dos metais, são menos corrosivos, embora possam sofrer danificações devido a impactos, cortes, abrasão, etc.

Um detalhe importante é com relação à temperatura em ambientes quentes, ou devido ao resultado de compressão durante o abastecimento do cilindro, o que faz com que a pressão aumente em 10% ou mais. Qualquer gás armazenado nestas pressões é extremamente perigoso e capaz de liberar um fluxo de gás com força explosiva ou capaz de impulsionar um pequeno objeto na velocidade de uma bala.

Apesar do perigo em potencial, os cilindros de alta pressão têm uma estatística de segurança excelente.

Durante a fabricação, cada cilindro passa por testes de hidrostática e vazamentos, e uma determinada quantidade de cilindros de cada lote são selecionados aleatoriamente para testes cíclicos e de explosão. Os cilindros carregam informações como a marca do fabricante, o padrão de construção, número serial, pressão para uso, máxima pressão de abastecimento, e tempo de validade. Os cilindros têm uma vida útil de aproximadamente 15 anos ou 11.250 abastecimentos. Mas deve-se sempre fazer inspeções e testes de vazamentos como parte de uma rotina de manutenção.

Um veículo com cilindro de hidrogênio utiliza uma série de cilindros montados num compartimento em comum. Na pressão de 3600 psi (250 bar), o sistema de armazenamento pesa aproximadamente quatro vezes mais que o do sistema de armazenamento de hidrogênio líquido e também ocupa um espaço quatro vezes maior. Quando comparado com gasolina, o sistema de armazenamento do gás é cerca de 15 vezes maior em volume e 23 vezes mais pesado. Esses são valores médios e atuais. Em breve, já teremos estas desvantagens minimizadas.

A compressão de gás é um processo de uso intensivo de energia. Quanto maior a pressão final, maior a quantidade de energia que é requerida. Entretanto, a energia incrementada cada vez que se aumenta a pressão final diminui. Assim, o início da compressão é a parte do processo que mais faz uso de energia.


Reservatório de Hidrogênio Líquido
Sistemas de armazenamento de hidrogênio líquido resolvem vários problemas como peso e tamanho que estão associados aos sistemas de compressão em alta pressão.

Para que atingir o estado líquido o hidrogênio deve estar abaixo do seu ponto de ebulição (-253 °C) na pressão ambiente num tanque muito bem isolado, geralmente com vácuo entre duas camadas, muito parecido com uma garrafa térmica. Os tanques de armazenamento não precisam ser altamente reforçados como acontece com os cilindros de alta pressão, mas precisam ser adequadamente robustos para aplicações automotivas.

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O hidrogênio não pode ser armazenado no estado líquido indefinidamente. Todos os tanques, mesmo aqueles com excelente isolamento, permitem a troca de calor com os ambientes externos. A taxa de transferência de calor depende do desenho e tamanho do tanque - neste caso, quanto maior o tanque, melhor. O calor faz com que parte do hidrogênio evapore e a pressão no tanque diminua. Para diminuir a perda por evaporação, a maioria dos tanques utilizam o desenho esférico pois oferecem a menor área para um determinado volume, tendo assim uma menor área de transferência.

Os tanques têm uma pressão máxima de operação de 72 psi (5 bar). Se o hidrogênio não for consumido mais rapidamente que sua evaporação, a pressão cresce até um ponto em que o hidrogênio descarrega através de uma válvula de alívio. O hidrogênio descarregado não só é uma perda direta deste combustível, como pode ter um poder de flamabilidade se o carro estiver estacionado em locais fechados. Para que este fluxo de perda seja controlado para não ocorrer uma possível acumulação em potencial, os veículos apresentam válvulas de alívio que liberam o gás numa taxa de 1 a 2% por dia.

Quando utilizado em motores à combustão, o hidrogênio líquido pode ser injetado diretamente nos cilindros. Quando utilizado em carros movidos por células a combustível, o hidrogênio gasoso atinge uma pressão suficiente para que ocorra as reações químicas nos eletrodos e catalisadores.

Embora o armazenamento de hidrogênio líquido elimine o perigo associado às altas pressões, eles introduzem perigos associados à baixa temperatura. O carbono tem problemas de exposição em temperaturas menores que -30 °C, tornando-o quebradiço e susceptível a fratura. Além disso, o ar pode se liquefazer no lado de fora ou dentro da área de isolamento resultando numa concentração de oxigênio que pode causar uma faísca ou explosão se entrar em contato com materiais combustíveis.

O hidrogênio líquido é mais denso que no estado gasoso mas mesmo assim é mais volumoso que a gasolina considerando-se uma quantidade de energia equivalente. Comparando-se com os tanques de gasolina, os sistemas de armazenamento de hidrogênio são de 4 a 10 vezes maiores e pesados para uma quantidade equivalente de energia.


Hidretos Metálicos
Os sistemas de armazenamento de hidrogênio através de hidretos metálicos são baseados no principio de que alguns metais absorvem o hidrogênio gasoso sob condições de alta pressão e temperatura moderada para formar os hidretos metálicos.

Esses metais liberam o gás hidrogênio quando aquecidos em baixa pressão e em alta temperatura. Resumindo, os metais absorvem e liberam o hidrogênio como uma esponja.

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                                 Hidreto metálico da Savannah River Technology Center.

As vantagens do armazenamento utilizando hidretos metálicos está pelo fato de que o hidrogênio passa a fazer parte da estrutura química do metal e assim não precisa de altíssimas pressões ou estar no estado criogênico (baixíssima temperatura) para operar. Como o hidrogênio é liberado do hidreto para uso em baixas pressões os hidretos metálicos são a opção mais segura dentre todos os outros métodos para se armazenar o hidrogênio.

Há muitos tipos de hidretos metálicos, mas basicamente eles são metais como o magnésio, níquel, aço e titânio. No geral, estão divididos de acordo com a capacidade de liberar hidrogênio em baixa ou alta temperatura.

Os hidretos de alta temperatura são menos caros e podem absorver mais hidrogênio que os hidretos de baixa temperatura, mas requerem quantidades significativas de calor para liberar o hidrogênio. Os hidretos de baixa temperatura podem conseguir calor suficiente através do motor, mas os hidretos de alta temperatura precisam de uma fonte externa de calor.

Muitas vezes os hidretos de baixa temperatura podem ter problemas de liberar o hidrogênio na temperatura ambiente. Para resolver este problema, os hidretos de baixa temperatura precisam ser pressurizados, aumentando a complexidade do processo.

A maior desvantagem dos hidretos metálicos não é tanto a temperatura e pressão necessárias para liberar o hidrogênio, mas a sua baixa densidade de energia. Mesmo os melhores hidretos metálicos contém somente 8% de hidrogênio em relação ao peso e assim se tornam muito pesados e caros. Estes sistemas de armazenamento podem ser até 30 mais pesados e 10 vezes maiores que um tanque de gasolina considerando-se a mesma quantidade de energia.

Outra desvantagem do armazenamento através de hidreto metálico é que devem ser carregados somente com hidrogênio puro, pois podem ser contaminados e perderem a capacidade de armazenamento caso impurezas sejam inseridas. O oxigênio e a água são os principais problemas, pois quimicamente eles adsorvem na superfície do metal retirando potenciais ligações para o hidrogênio. A perda de capacidade de armazenamento devido a contaminantes pode ser resolvida com inserção de calor.

Outro problema associado aos hidretos de metal está relacionado à sua estrutura. Eles são geralmente produzidos na forma granular ou em pó possibilitando assim uma grande área para armazenar o gás. As partículas são suscetíveis ao atrito, o que pode diminuir a eficiência.

Até o momento nenhum hidreto metálico atingiu uma excelente performance considerando-se alta capacidade de absorção, alta densidade, necessidade de pouco calor e ter baixo custo. Em alguns casos, uma mistura de hidretos de baixa e alta temperatura pode ser usada para manter algumas vantagens inerentes a cada tipo ao mesmo tempo em que pode introduzir desvantagens.


Hidretos AlcalinosÉ uma variação recente de hidretos que oferece algumas vantagens sobre os métodos anteriores e utiliza compostos como o sódio, potássio e o lítio. Estes compostos reagem com água para liberar o hidrogênio sem necessidade de calor. O processo mais desenvolvido comercialmente envolve o uso de hidróxido de potássio (NaOH), disponível facilmente como refugo de indústrias de papel, pintura, têxteis, plástico e petroquímicas. O hidróxido de sódio é convertido em hidreto de sódio (NaH) retirando-se o oxigênio pela adição de um pouco de calor.

As vantagens deste processo é que não precisam de altas pressões operar em temperaturas criogênicas, além da adição de calor para liberar o hidrogênio, não ter tanto problema com contaminação, problemas estruturais e ser relativamente fácil de manusear.

Assim como os outros sistemas, os hidretos de sódio são pesados e tem uma densidade de energia que pode ser comparada a obtida pelos hidretos metálicos de alta temperatura. As desvantagens são complicações mecânicas durante o processo relacionados ao corte em pequenas bolas com controle de desenho.


Outros Métodos
Outras formas de armazenar o hidrogênio também vêm sendo pesquisadas, e não estão disponíveis comercialmente. Entre elas estão técnicas de micro-esferas e adsorção de carbono.


Adsorção de Carbono
A adsorção de carbono é uma técnica similar à aplicada aos hidretos metálicos onde o hidrogênio salta quimicamente para a superfície dos grânulos de carbono porosos. O carbono é adsorvido na temperatura de -185°C a -85°C e na pressão de 300 a 700 psi (21 a 48 bar). A quantidade de carbono adsorvido aumenta em baixas temperaturas. O calor em excesso de aproximadamente 150°C libera o hidrogênio.


Micro-esferas
Os sistemas de armazenamento de micro-esferas utilizam pequenas esferas de vidro no qual o hidrogênio é forçado a entrar sob alta pressão. Uma vez armazenado, as esferas podem ser mantidas na temperatura ambiente sem perda de hidrogênio.

Dependendo da temperatura, o vidro é impermeável ao hidrogênio que está dentro da esfera (baixa temperatura) ou permeável (alta temperatura) para que seja libertado.

A adição de uma pequena quantidade calor é suficiente para liberar o hidrogênio. Para aumentar a taxa de hidrogênio libertado, experimentos de choque entre as esferas estão sendo feitos.

A Região Amazônica

Para conhecer a atuação da Eletronorte e sua interação social é fundamental que se fale sobre a Amazônia. E por quê? Simplesmente e porque a região Amazônica é diferenciada do resto do país e do mundo. A Amazônia é grandiosa, desafiadora, vasta, continental, intrigante, misteriosa, enfim uma região de diversos e grandes adjetivos, assim como de grandes números. Dados que saltam aos olhos de qualquer leitor por sua ordem de grandeza, quer seja nas dimensões espetaculares de suas terras, flora, fauna e recursos naturais, quer seja nas dissimetrias em relação as demais regiões brasileiras, com dados sociais e econômicos, ao mesmo tempo, preocupantes e desafiadores para uma ação efetiva de governantes, administradores, pesquisadores, políticos, enfim, de todos aqueles que se dedicam a estudá-la e a promover o seu desenvolvimento.
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Evidentemente, a apresentação do Balanço Social da Eletronorte não pretende descrever a Amazônia com detalhes, mas apresentar um conjunto de informações que, por si só, levem o leitor a uma profunda reflexão e ao melhor entendimento da grandeza, das dificuldades e da responsabilidade que uma empresa de infra-estrutura de energia elétrica tem ao atuar nessa região.

A Amazônia abriga a maior floresta tropical úmida do planeta e, também, o mais importante e complexo sistema de água doce do mundo, com aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados de área de drenagem (incluindo a Amazônia sul-americana), com cerca de 1.100 rios, dos quais destaca-se o Amazonas com 6.711 quilômetros, da nascente, nos Andes, até a sua foz no Estado do Pará, representando 20% do total das águas doces do mundo que chegam aos oceanos.

Ao lado dessa imensa rede hidrográfica, sua flora e sua fauna, asseguram a Amazônia o título de detentora da maior biodiversidade em todo o mundo. Os leigos acreditam que a região é uma imensa floresta, entrecortada de rios, mas somente 38% da Amazônia estão cobertos com florestas densas, homogêneas e fechadas. Outros 36% correspondem a florestas não densas e 26% a áreas de cerrado, campos ou alteradas pela ação do homem.

A região, que corresponde a 58% do território brasileiro, chamada Amazônia Legal, compreende os Estados do Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Rondônia, Roraima, o Oeste do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, todos contando com a infra-estrutura básica de energia elétrica fornecida pela Eletronorte e respectivas empresas estaduais.

Estima-se que vivem hoje na Amazônia cerca de 21 milhões de brasileiros, que, apesar da riqueza e da grandiosidade da região, constituem uma população com significativa parcela excluída das condições mínimas de bem estar econômico e social. Constata-se facilmente essa afirmação ao comparar os indicadores sociais e de serviços públicos oferecidos ao cidadão amazônida, com aqueles das demais regiões brasileiras. Assim, somente 35% da população recebe esgoto sanitário, 68% tem abastecimento de água e 59% conta com a coleta de lixo, apresentando, apenas, 7% do total de telefones disponíveis no país.

Deve-se ressaltar, no âmbito da prestação de serviços públicos, que mais de 70% da população da região Norte tem acesso a energia elétrica, sendo que em alguns estados esse percentual alcança os 80%, demonstrando o enorme trabalho desenvolvido pela Eletronorte em seus 27 anos de atuação na Amazônia, que multiplicou, nesse período, a potência disponível na região em mais de 120 vezes.

Outro aspecto a destacar refere-se a distribuição da população, cuja concentração maior ocorre na banda oriental da Amazônia, onde os estados do Pará e do Maranhão detêm a metade da população de toda a região. Numa área de dimensões continentais a concentração urbana provoca imensos vazios populacionais e conferem a Amazônia uma densidade demográfica de 3,67 habitantes por quilômetro quadrado, a mais baixa das regiões brasileiras que, no total, apresentam uma densidade de 18,38 habitantes por quilômetro quadrado. Observe-se ainda que vivem na região cerca de 140 mil índios, que representam 80% do contigente indígena do país.

Detentora da maior reserva de madeira do mundo, uma enorme reserva de minérios tradicionais (ferro, bauxita, ouro e cassiterita), além daqueles utilizados em modernas aplicações tecnológicas (nióbio, manganês e titânio) e, cerca de metade do potencial hidrelétrico nacional, a Amazônia constitui uma região de grandes desafios e enormes preocupações para as políticas e planos de desenvolvimento que venham a ser traçados, visando a sustentação de seu equilíbrio ambiental, com a exploração racional de seu vasto potencial, aspectos culturais e de segurança nacional, pelo interesse que desperta em todo o mundo.

Esta Amazônia de contrastes e gigantismos, no entanto, produz somente 5% do produto interno bruto nacional, com 9% da população urbana brasileira e 12% do total, que constituem 10% do eleitorado do Brasil.

Atuar nessa região, construindo usinas hidrelétricas e termelétricas, linhas de transmissão e subestações, tem sido, portanto, um desafio gigantesco para a Eletronorte, não somente nos seus aspectos construtivos e empreendedores, mas no que poderia se dizer, o ponto nevrálgico nessa inserção regional - a sua integração social, agregando valores a sociedade amazônica, respeitando o meio ambiente, ofertando serviços, gerando empregos, enfim, dando a cada membro desta sociedade condições de cidadania, qualidade de vida e oportunidades de crescimento.
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Na região Amazônica de números tão grandiosos, esse é um papel fundamental que a Eletronorte vem cumprindo com total eficiência: o de uma empresa cidadã, plenamente ciente de sua responsabilidade pública. Sua interação social e a gestão de seus recursos humanos, têm sido reconhecidos pelos inúmeros prêmios recebidos ao longo dos últimos anos, como o de qualidade do Governo Federal, ganho por dois anos consecutivos pela Eletronorte e sua unidade regional de Tucuruí, respectivamente, em 1998 e 1999.

A energia eólica global vai de vento em popa

De acordo com o recente informe divulgado pelo Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council - GWEC), a indústria mundial de energia a partir do vento instalou no último ano de 2004 um total de 7.976 Megawatts (MW), o que significa um aumento de 20% no total.
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Fundado em 9 de Março de 2005, o GWEC é um fórum mundial para tratar das questões da energia gerada pelos ventos que congrega representantes desta indústria e membros de associações representativas do setor. Seus membros trabalham em mais de 50 países representando mais de 1.500 organizações que abrangem desde a manufatura de equipamentos, projetos de desenvolvimento, geração de energia, finanças, consultores especializados, até pesquisadores e acadêmicos. Entre os associados do GWEC se contam, também, os maiores fabricantes de turbinas eólicas. O Conselho Global de Energia Eólica responde por 47.317 MW, o que significa 99% da capacidade de energia eólica instalada mundo.

Wind Force 12
Uma dos principais objetivos do Conselho Global de Energia Eólica é a implementação do seu projeto “Wind Force 12”. O “Wind Force 12” é uma proposta para aumentar 12% a capacidade mundial de energia eólica até o ano 2020. O informe divulgado demonstra que não existem barreiras técnicas, econômicas ou de fontes para fornecer, até essa data, 12% das necessidades energéticas mundiais somente a partir dos ventos. E isto, se coloca como um desafio num cenário de crescimento de dois terços da demanda de eletricidade projetado nesse intervalo de tempo.
Os países com o maior número de instalações de energia eólica, são os seguintes: Alemanha (16.629 MW), Espanha (8.263 MW), Estados Unidos (6.740 MW), Dinamarca (3.117 MW) e Índia (3.000 MW). Alguns países, como Itália, Holanda, Japão e Reino Unido, estão acima ou próximos da marca dos 1.000 MW.
A Europa continuou a dominar o mercado global em 2004, com 72.4% das novas instalações (5,774 MW). A Ásia foi responsável por 15.9% das instalações (1.269 MW), seguido pela América do Norte (6.4%; 512 MW) e a região do Pacífico (4.1%; 325 MW). América Latina mais o Caribe (49 MW) e a África (47 MW) ficaram, cada um, com 0.6% do mercado. (Gráfico 3).
“A Europa é líder mundial em energia eólica, mas hoje estamos presenciando a globalização desse mercado. Na União Européia, este mercado tem crescido em média 22% ao ano, nos últimos seis anos; porém, o rápido progresso que essa indústria poderia alcançar é contido por obstáculos como o acesso a placas, a acumuladores e pelas barreiras administrativas”, disse Arthouros Zervos, Presidente da European Wind Energy Association (EWEA). “Novas iniciativas políticas do G-8 poderiam dar um empurrão no mercado de energia eólica; a indústria está bem posicionada e pronta para um começo ligeiro ao menor sinal político”, finalizou.
O crescimento do mercado nos Estados Unidos foi lento devido à grande demora na ampliação da vigência do Production Tax Credit (PTC) federal para a energia eólica, que expirou em Dezembro de 2003 e foi prolongado em Outubro de 2004. Os projetos propostos voltaram com toda a força e a American Wind Energy Association (AWEA) espera que, em 2005, sejam instalados nos EUA mais de 2.000 MW.
A incerteza continua a atormentar o mercado estadunidense, pois o PTC tornará a expirar em Dezembro de 2005, a não ser que o Congresso decida, com rapidez, estender os incentivos.
A indústria de energia eólica dos Estados Unidos está pleiteando uma extensão de longo prazo, pois somente assim poderá planejar um crescimento maior e mais equilibrado para os próximos anos. “Nos Estados Unidos, a tecnologia da energia eólica está oferecendo energia limpa, segura e inesgotável para clientes por todo o País, mas seu uso ainda é atrapalhado pela intermitência e pela incerteza quanto ao incentivo federal para a eólica e para outras fontes renováveis de energia” declarou Randall Swisher, Diretor-Executivo da AWEA. “Mas para que a energia eólica contribua com uma parcela substancial no consumo de eletricidade da nação, as empresas precisam de um planejamento estável, comparável, ao menos, às disponíveis para as tecnologias convencionais.”
“A capacidade de geração de energia eólica na Austrália quase duplicou nos últimos 12 meses, com a instalação de 380 MW no final de 2004. Este tipo de energia é uma das fontes de energia que mais crescem, pois já foi testada, é construí da com rapidez e é viável economicamente”, disse Ian Lloyd-Besson, Presidente da Australian Wind Energy Association (AusWEA).
“Além de ser limpa e não prejudicar o meio ambiente, a energia eólica gera investimentos, rendimentos para a agricultura, é à prova de secas e gera empregos nas comunidades rurais. A Austrália tem algumas das fontes mais poderosas e abundantes de ventos do Planeta podendo chegar a acumular até 8.000 MW de energia eólica com poucas adaptações. Mesmo se desenvolvermos apenas metade disso, os benefícios em relação a empregos na região e às oportunidades de exportação seriam enormes”.
“Em 2004, a indústria de energia eólica do Canadá bateu recordes, com 122 MW instalados. Com certeza esse número será ultrapassado em 2005. Desenvolvimentos recentes nas políticas federais e provinciais de energia prometem aumentar em até dez vezes o número total de capacitações para energia eólica instaladas no Canadá nos próximos 5 anos”, disse Robert Hornung, Presidente da Canadian Wind Energy Association (CanWEA).
Quanto às informações da Ásia, Li Junfeng, Secretário Geral do Chinese Renewable Energy Industries Association (CREIA) disse que “espera-se que a entrada da China no mercado de energia renovável tenha um impacto profundo sobre a indústria global. Gastamos muito tempo e energia aprendendo com os sucessos e os fracassos dos nossos parceiros na Europa e no mundo todo”.
A energia eólica é reconhecida atualmente no Hemisfério Asiático, principalmente na Índia, por ser econômica, completa e por proporcionar uma boa relação custo-benefício, e também por ser uma forma de produção de energia comprovadamente limpa, que não prejudica o meio ambiente – uma fonte de energia muito necessária na Índia.
“A Índia passou por um crescimento sem precedentes no setor de energia eólica. Ao longo do último ano fiscal, isto é, 2003/2004, a capacidade para gerar energia a partir dos ventos, no nosso país, cresceu mais de 35%”, disse, por sua vez, Sarvesh Kumar, Presidente da Indian Wind Turbine Manufacturers Association (IWTMA).
Ainda na região, o representante da Japanese Wind Energy e da Japanese Wind Power Associations, Hikaru Matsumiya, declarou que “o Japão planeja, após a ratificação do Protocolo de Kyoto, atingir a meta de 3.000 MW em energia eólica até o ano 2010. Até agora instalamos cerca de 936 MW, o que significa 20 vezes mais do que era instalado há cinco anos, e esse número é um terço da meta nacional”.
O GWEC, com a autoridade de ser um fórum mundial do setor de energia eólica, sugere políticas nacionais e internacionais mais fortes de apoio à expansão da energia eólica como uma das opções para a diminuição da mudança climática.
Segundo o projeto “Wind Force 12”, se se aumentam os investimentos em energia eólica até um nível no qual ela possa gerar 12% da eletricidade mundial até 2020, resultaria numa redução anual de 1.813 milhões de toneladas de CO2 em 2020, partindo-se do pressuposto de que serão instalados 1.245.000 MW, a partir de fontes fósseis e não-renováveis.
Hoje, a capacidade global de energia eólica instalada no mundo já atingiu o volume recorde de 47.317 MW.

Álcool: solução para o passado, presente e futuro

Numa entrevista ao jornal The New York Times, publicada em 1925, Henry Ford já profetizava: "o álcool é o combustível do futuro". Demoram cinqüenta anos - embalados por duas graves crises no abastecimento de petróleo - para que um país adotasse o conselho de um dos pioneiros da indústria automobilística e voltasse seus esforços para a criação de uma alternativa energética aos derivados fósseis. Por ironia, a solução veio, há 28 anos, de um país em desenvolvimento, que implantou um programa de álcool com o propósito de garantir sua segurança energética, iniciando uma verdadeira revolução no setor de combustíveis. Essa honra coube ao Brasil.

O Programa Nacional do Álcool (Proácool), que começou tímido, com a proposta de aumentar a mistura de álcool na gasolina, ganhou corpo com os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, impulsionando a produção nacional de tal forma que, em meados da década de 80, os veículos movidos exclusivamente ao combustível renovável respondiam por mais de 70% das vendas de carros novos. Mas o mesmo governo que levou o álcool ao seu auge, também provocou a derrocada na década seguinte. A queda nos preços internacionais do petróleo fez com que o governo revisse a sua estratégia, e abandonasse o Proálcool à própria sorte. Em uma década, as vendas de veículos a álcool se tornaram irrisórias e o setor só não quebrou de vez por conta da abertura das exportações de açúcar e da manutenção da mistura de álcool anidro na gasolina.

Mas o mundo dá voltas, e o que antes era tido como um anacronismo de outras décadas, se tornou, no século XXI, uma grande oportunidade de negócios para o País. A principal matriz energética mundial continua a mesma, o petróleo, mas as preocupações mudaram, principalmente em relação ao meio ambiente, principalmente às mudanças do clima. O consenso da comunidade científica em relação ao aquecimento do planeta, devido ao aumento das emissões de poluentes provenientes da queima de combustíveis fósseis, reacendeu o interesse sobre os biocombustíveis.

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Neste contexto, temos a oportunidade real de nos tornarmos o maior exportador de combustíveis renováveis do mundo. Países em desenvolvimento, como Índia, China e Tailândia, encontram-se em estágios variados em seus programas de mistura de álcool na gasolina para reduzir a poluição. Essa questão também preocupa dirigentes de países do Primeiro Mundo, como os do bloco europeu e o Japão, compromissados com a redução dos gases causadores do efeito estufa, conforme consta no Protocolo de Kyoto, sendo clientes potenciais do álcool brasileiro.

Sem a interferência do governo desde a década de 90, o setor produtivo de açúcar e álcool passou por uma reestruturação e soube atender às necessidades de consumo, garantindo o abastecimento do mercado interno, que se voltou para o álcool como opção econômica à gasolina. Colaborou para essa retomada o recente lançamento dos veículos "flexíveis", que rodam a álcool, à gasolina e a qualquer mistura entre os dois - usando uma tecnologia desenvolvida no Brasil.

As pesquisas para mistura de álcool no diesel e o desenvolvimento do biodiesel também abrem novas perspectivas de mercado. Com a tendência de aumento das exportações de álcool para países que não produzem, como o Japão, e com a demanda maior pelos veículos flexíveis vislumbramos que o céu é o limite.

No entanto, para que a retomada do álcool carburante se consolide, está mais que na hora de o governo definir os marcos regulatórios do setor de combustíveis. Afinal, sem normas claras, poderão surgir problemas de abastecimento e fortes oscilações de preços, como ocorre agora, o que desorganiza o setor produtivo, impede o crescimento sustentável e provoca prejuízos para o País. Um primeiro passo foi dado pelo governo paulista no ano passado, quando reduziu o ICMS do álcool hidratado de 25% para 12%, medida que acarretou aumentos na arrecadação e fez com que o preço do produto ficasse extremamente competitivo em relação a gasolina.

Mas ainda é pouco. Uma definição clara do papel do álcool na matriz energética brasileira, a eliminação das distorções tributárias, a prospecção e abertura de novos mercados devem ser metas a serem alcançadas não apenas em discursos, mas em ações claras, que possam fazer do combustível limpo e renovável um produto de aplicação mundial.

ACIDENTES COM A FAUNA

No século XX, até início de 1997, houve 25 grandes derramamentos de óleo no meio ambiente, principalmente no mar....

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No século XX, até início de 1997, houve 25 grandes derramamentos de óleo no meio ambiente, principalmente no mar. Todos esses grandes derramamentos ocorreram a partir da década de 60, mais precisamente a partir de 1968. Estima-se que, no total, esses grandes derramamentos tenham sido responsáveis por algo em torno de 3,5 milhões de toneladas de óleo derramados, ou 3,9 bilhões de litros de óleo, uma quantidade, porém, difícil de precisar.
O petróleo é considerado o principal poluente do ambiente marinho. O óleo espalha-se pela superfície e forma uma camada compacta que demora anos para ser absorvida. Isso impede a oxigenação da água, mata a fauna e a flora marinhas e altera o ecossistema.

Em relação aos animais, são as aves aquáticas as mais afetadas. Cobertas de petróleo, são incapazes de voar ou nadar e as suas penas deixam de as aquecer. O óleo penetra pelos bulbos, contamina o sistema digestivo e causa má-formação de novas penas.

Muitas morrem, porque não conseguem se alimentar e ao tentarem limpar-se, envenenam-se. Podem ocorrer ainda, segundo estudos, lesões no fígado, nas glândulas supra-renais, impermeabilização das mucosas e destruição da flora intestinal.

As aves podem sofrer ainda de hipotermia, pela perda de equilíbrio térmico, causada pelo óleo sobre as penas. Irritações na pele e ingestão de óleo ocorrem, provocando sérias intoxicações, comprometendo a vida das aves.

Então, alimento é fornecido às aves. Caso não possam ingerir por si próprias, a alimentação deve ser feita através de sondas, contendo glicose e antibiótico.

Estas aves ficam em jaulas com aquecimento, sendo observadas por biólogos e/ou veterinários.


Tratamentos

Em casos de acidentes, há uma equipe que sai com barcos para o resgate dos animais afetados pelo óleo. Ao avistar o animal sujo, a equipe se desloca para bem próximo do animal. Da fauna, as aves são as mais afetadas.
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Ao capturar as aves, o primeiro procedimento a se realizar é a desobstrução das fossas nasais e limpeza do bico. Para a limpeza dos olhos, aplica-se uma pomada oftálmica com antibiótico cloranfenicol com vitamina A.

Quando se captura aves em estado de choque, é utilizado corticóide dexametasona. Depois deste atendimento inicial, o animal é envolvido em panos ou papel toalha na tentativa de elevar-se a temperatura corporal.

Em seguida, o animal é levado ao centro de reabilitação, onde são verificadas a condição corpórea através da musculatura peitoral e possíveis lesões e ferimentos e onde ainda é feito uma nova limpeza dos resíduos encontrados no bico e nas fossas nasais.

Para a desintoxicação das aves, é utilizado solução de glicose com carvão ativado, para remover toxinas encontradas no trato digestivo. Posteriormente, estes animais são colocados em caixas de papelão com aquecimento.

Na seqüência as aves são submetidas a banhos de água com detergente neutro para retirada completa do óleo do corpo. As aves estando limpas são secas com toalhas e colocadas em caixas com aquecimento.

Então, alimento é fornecido às aves. Caso não possam ingerir por si próprias, a alimentação deve ser feita através de sondas, contendo glicose e antibiótico.

Estas aves ficam em jaulas com aquecimento, sendo observadas por biólogos e/ou veterinários.

Se a ave apresentar uma boa recuperação, deve ser feito o teste de flutuabilidade na piscina: ela deve ser capaz de permanecer na água de 15 a 90 minutos, dependendo da espécie.

A reabilitação das aves, pela contaminação do óleo, varia de acordo com a espécie. Patos selvagens, por exemplo, podem ser facilmente tratados em apenas alguns dias. Aves oceânicas (ex.: mergulhões), são mais difíceis para abrigar, alimentar e impermeabilizar, sendo mais sensíveis às doenças de origem terrestres.
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Uma ave pronta para a libertação deve estar com o peso médio para a sua espécie e sexo. Ela deverá estar com a musculatura em ordem, de modo que possa se alimentar normalmente em seu hábitat silvestre.

Durante um vazamento, cada ave deverá receber uma identificação (anel, cinta) quando da admissão, sendo mantidos registros individuais para cada etapa do processo de reabilitação.

Um animal resgatado em um acidente e reabilitado não deve ficar muito tempo em cativeiro, sendo devolvido ao seu hábitat natural rapidamente, de preferência no mesmo ponto de captura. Muitas aves morrem durante o período de tratamento e recuperação. Muitos estudos mostram que mesmo depois de liberadas muitas aves não sobrevivem por muito tempo.

Os efeitos ambientais envolvem microorganismos, invertebrados e peixes que são parte da cadeia alimentar das aves aquáticas. Estudos revelam que o óleo pode causar alterações comportamentais, resultando numa redução dos alimentos disponíveis.

terça-feira, 24 de maio de 2011

TOP 10: LUGARES MAIS POLUÍDOS DO PLANETA TERRA

O ranking da ONG ambiental Blacksmith Institute tem 300 cidades, mas o Top 10 é mesmo de assustar. Conheça o mapa da morte.


SUMGAYIT, Azerbaijão


População potencialmente afetada:
275 mil

Tipos de poluição:
Químicos orgânicos, petróleo e metais pesados, incluindo mercúrio

Fonte da poluição:
Petroquímicas e complexos industriais

O problema:
A cidade era o maior centro industrial da extinta União Soviética, com mais de 40 fábricas – destaque para as de implementos agrícolas. Entre os produtos mais danosos à saúde encontrados em Sumgayit estão borracha sintética, cloro, alumínio, detergentes e pesticidas. A taxa de mortalidade infantil é uma das mais altas do planeta. É recorrente o nascimento de crianças com câncer, deformações e Síndrome de Down.
 
LINFEN, China


População potencialmente afetada:
Cerca de 3 milhões

Tipos de poluição:
Fuligem, monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, dióxido sulfúrico, compostos orgânicos voláteis, arsênico e chumbo

Fonte da poluição:
Automóveis e emissões industriais

O problema:

O lugar é o coração da indústria chinesa de carvão e, também, uma das regiões mais populosas do país. Nos últimos anos explodiram os índices de bronquite, asma, pneumonia e câncer de pulmão. A arsenicosis, doença que aflige quem toma a água local (cujo teor de arsênico é considerado irresponsável pela OMS), já é uma epidemia.
 
TIANYING, China

População potencialmente afetada:
140 mil

Tipos de poluição:
Chumbo e outros metais pesados

Fonte da poluição:
Principalmente mineração

O problema:

A cidade abriga a maior indústria de chumbo do país. Todo o equipamento usado pelos trabalhadores está obsoleto e não há controle sobre a poluição. O ar na região tem 10 vezes mais partículas de chumbo do que a média chinesa – que não é baixa… Casos de encefalopatia e envenenamento de crianças por chumbo são os mais comuns na cidade.

SUKINDA, Índia


População potencialmente afetada:
2,6 milhões

Tipos de poluição:
Cromo hexavalente e outros metais

Fonte da poluição:
Minas de cromo

O problema:

É no Vale de Sukinda que estão 97% dos depósitos de cromo da Índia – usado na fabricação de aço inoxidável e no revestimento de metais. A água usada no processo é atirada diretamente no rio que abastece a população. Cerca de 85% das mortes registradas anualmente na região têm como causa a intoxicação do ar e da água pelas 12 minas de cromo.
 
 
VAPI, Índia


População potencialmente afetada:
71 mil

Tipos de poluição:
Químicos e metais pesados

Fonte da poluição:
Indústrias

O problema:

A cidade faz parte do chamado “Golden Corridor”, região que abriga dezenas de indústrias químicas. A água contaminada vem produzindo casos em série de carcinoma, dermatite química e vários tipos de câncer de pele, garganta e pulmão. O índice de abortos espontâneos é o maior do mundo. Retardo mental em crianças já atingiu níveis alarmantes.

LA OROYA, Peru

População potencialmente afetada:
35 mil

Tipos de poluição:

Chumbo, cobre, zinco e dióxido sulfúrico

Fonte da poluição:
Mineradoras de metal pesado

O problema:

99% das crianças da cidade e de suas cercanias têm índice de chumbo no sangue três vezes maior que o máximo permitido pela OMS. O envenenamento pelos metais pesados pode ocasionar vários tipos de retardamento mental.

DZERZHINSK, Rússia

População potencialmente afetad
a:
300 mil

Tipos de poluição:Químicos e produtos tóxicos, como gás sarin, além de chumbo e fenóis

Fonte da poluição:

A indústria de armas químicas, desenvolvida durante a Guerra Fria

O problema:

Mesmo depois do fim da União Soviética, a cidade se mantém como uma das principais produtoras de químicos da Rússia, entre eles uma toxina chamada TEL. O maior problema é que mais 300 mil toneladas de lixo radiativo foram enterrados no subsolo da cidade durante os últimos 70 anos. Em 2003, o índice de mortalidade era 260% maior que o de natalidade na região; e a expectativa de vida é de 42 anos para os homens e 47 para as mulheres.

NORILSK, Rússia

População potencialmente afetada:
134 mil

Tipos de poluição:
Dióxido sulfúrico, níquel, cobre, cobalto, chumbo, selênio, fenóis e sulfato de hidrogênio

Fonte da poluição:
Mineração

O problema:

A cidade foi fundada em 1935 como campo de trabalhos forçados e abriga, atualmente, o maior complexo de processamento de metais pesados do planeta. O resultado é uma população com altos índices de câncer de pulmão; e bebês prematuros e com doenças respiratórias crônicas (que elevam as taxas de mortalidade a níveis alarmantes).
CHERNOBYL, Ucrânia

População potencialmente afetada:
Em torno de 5,5 milhões

Tipos de poluição:
Poeira radioativa, incluindo urânio, plutônio, césio-137, estrôncio e outros metais

Fonte da poluição:

Acidente com a usina nuclear, em 1986

O problema:

Maior vazamento de uma usina em toda a história, a radiação propagada por Chernobyl foi 100 vezes mais forte do que a das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Até hoje, o perímetro de 20 quilômetros da usina é considerado inabitável. Milhares de pessoas foram contaminadas e os efeitos da radiação persistem. Nas regiões mais próxima do acidente (incluindo Bielo-Rússia, Ucrânia e Rússia) são ainda constantes os casos de câncer na tireóide, malformação fetal e lesões de pele.
 
 
KABWE, Zâmbia

População potencialmente afetada:
255 mil

Tipos de poluição:
Chumbo e cádmio

Fonte da poluição:

Mineração

O problema:

Apesar de as minas terem sido fechadas há quase uma década, a região permanece inabitável por causa da contaminação do solo e do ar. A radiação atinge um perímetro de 20 quilômetros e responde por uma série de casos de morte entre crianças, que ostentam índices de partículas de chumbo no sangue mais de 10 vezes superior ao máximo permitido pela OMS.

fonte:
http://cucasuperlegal.blogspot.com/2009/07/os-10-lugares-mais-poluidos-do-planeta.html

segunda-feira, 23 de maio de 2011

"DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA"

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.  

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.  

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.  

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. 

 Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.  

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.  

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.  

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.  

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.